No Rio Grande do Sul, os produtores que concluíram a colheita da soja irão aguardar o término das chuvas e observar a reposição da umidade do solo para viabilizar a semeadura das culturas de inverno.
Previsão para os próximos dias no RS
O Rio Grande do Sul segue a sexta-feira (09/05) com chuva ininterrupta e forte durante todo o período do dia e início da noite. Apenas na sexta-feira, a Região das Missões pode registrar 200 mm de chuva ou mais. A situação é de menos chuva para a região de Passo Fundo e Grande Porto Alegre, incluindo a capital. Algumas cidades do oeste gaúcho podem ter microexplosões (pancadas de chuva volumosa, rápida e com vento podendo ultrapassar os 100 km/h). Todo o estado pode registrar estragos, visto que será um volume de chuva muito expressivo em pouquíssimo tempo. A chuva irá cessar a partir do início da noite, quando a frente fria já estiver deslocada para SC. Na serra, há expectativa de chuva forte e volumosa durante a noite, com até 50 mm em pouco tempo, podendo gerar transtornos.
No sábado (10/05), ainda há expectativa de chuva fraca e contínua no nordeste do estado, mais especificamente entre as cidade de Torres, Caxias do Sul e Vacaria até o início da manhã, porém sem acumulados significativos, apenas será ainda pelo efeito do deslocamento da frente fria. E o sol irá aparecer progressivamente no decorrer do dia. Nas demais áreas, teremos a volta da alta pressão atmosférica, e o cenário de tempo aberto irá voltar junto ao frio, principalmente de manhã e madrugada. Na região serrana, ainda pode chover forte no início da madrugada, porém a chuva vai enfraquecendo até de manhã, quando irá parar. O tempo começa a abrir no início da tarde e irá esfriar de noite.
No domingo (11/05), faz frio, principalmente durante madrugada e manhã. A amplitude térmica (diferença entre as temperaturas mínimas e máximas), será observada a partir da segunda-feira (12/05). A previsão é de seja uma semana calma, com predomínio de sol e sem chuva no estado.

Colheita da soja
Na Fronteira Oeste, a colheita da soja já chegou a 85% em Rosário do Sul e 98% em Manoel Viana, onde permanecem apenas pequenas áreas estabelecidas em segunda safra, após o milho, que apresentam bom desenvolvimento. Esse município registra grande variabilidade nos rendimentos, pois há lavouras totalmente perdidas e outras alcançando até 2.400 kg/ha, de acordo com o boletim da Emater/Ascar-RS.
Em Itaqui, 89% dos 40 mil hectares semeados foram colhidos, e as produtividades são de 2.100 kg/ha, mesmo em áreas irrigadas. Em São Borja, 90% dos 105 mil hectares cultivados foram colhidos. As expectativas de produtividades nas lavouras tardias não se confirmaram, e as médias ficaram em torno de 900 kg/ha. Porém, há elevado percentual de grãos com avarias. As melhores produtividades foram obtidas em áreas com semeadura mais tardia e cultivares de ciclo longo.
Na Campanha, os produtores priorizaram a colheita das áreas de várzea para evitar o risco de ficarem impossibilitados de acessar essas áreas por longos períodos depois da chuva. Em Dom Pedrito, 80% dos 165 mil hectares cultivados foram colhidos, e as produtividades estão bastante variáveis.
Cultivos impactados pela estiagem
Os cultivos mais impactados pela estiagem registram médias em torno de 630 kg/ha. Em Hulha Negra, a colheita da soja atinge 85% dos 16 mil hectares e a produtividade média são de 1.800 kg/ha, representando quebra de 21% em relação à estimativa inicial.
Na Serra, a operação está tecnicamente encerrada, restando apenas áreas pontuais semeadas tardiamente. Em Erechim, 99% da área foram colhidas. A produtividade média apresenta redução superior a 30% em relação à produção esperada.
Em Frederico Westphalen, a área colhida permanece em 98%. Resta 1% em maturação e 1% em enchimento de grãos. Em Ijuí, a área colhida continua em 96%, aguardando a finalização do ciclo das lavouras em segundo cultivo, que estão no final do enchimento de grãos e em maturação.
Em Passo Fundo, a colheita foi tecnicamente encerrada. Em Santa Maria, a colheita foi paralisada por causa da chuva, mas já tinha alcançado 90%. Nesta localidade, pode haver perdas de produtividade em relação à estimativa inicial de 3.110 kg/ha.
Em Santa Rosa, a colheita alcançou 92%. Apenas 1% das lavouras — referentes à safrinha — encontra-se em enchimento de grãos, e 7% em maturação. A produtividade apresenta ampla variação entre municípios, oscilando entre 480 e 2.500 kg/ha, influenciada pela distribuição de chuvas, pela capacidade de infiltração dos solos e pelo nível tecnológico adotado.